domingo, 29 de abril de 2012

URINA - EXAME DE URINA TIPO 1 - EXAME DE URINA ENTENDO MAIS SOBRE

27.04.2014
O exame de urina é usado como método diagnóstico complementar desde o século II. Trata-se de um exame indolor e de simples coleta, o que o torna muito menos penoso para os pacientes do que as análises de sangue, que só podem ser colhidas através de punção da veia com agulha.

As três análises de urina mais comuns são:

- EAS (elementos anormais do sedimento) ou urina tipo I.
- Urina de 24 horas 
- Urinocultura (urocultura) 

Neste texto falaremos apenas do exame simples de urina (EAS ou urina tipo I). As informações contidas aqui têm como objetivo ajudar na compreensão dos resultados das análises de urina. De modo algum o paciente deve usar este texto para interpretar exames sem a orientação de um médico.

O exame sumário da urina pode nos fornecer pistas importantes sobre doenças sistêmicas, principalmente doenças dos rins.

O EAS é o exame de urina mais simples, feito através da coleta de 40-50 ml de urina em um pequeno pote de plástico. 



Normalmente solicitamos que se use a primeira urina da manhã, desprezando o primeiro jato. Esta pequena quantidade de urina desprezada serve para eliminar as impurezas que possam estar na uretra (canal urinário que traz a urina da bexiga). Após a eliminação do primeiro jato, enche-se o recipiente com o resto da urina.

A primeira urina da manhã é a mais usada, mas não é obrigatório. A urina pode ser coletada em qualquer período do dia

A amostra de urina deve ser colhida idealmente no próprio laboratório, pois quanto mais fresca estiver, mais confiáveis são os seus resultados. Um intervalo de mais de duas horas entre a coleta e a avaliação pode invalidar o resultado, principalmente se a urina não tiver sido mantida sob refrigeração.

O EAS é divido em duas partes. A primeira é feita através de reações químicas e a segunda por visualização de gotas da urina pelo microscópio.

Na primeira parte mergulha-se  uma fita na urina, chamada de dipstick, como as que estão nas fotos abaixo:




 Cada fita possuiu vários quadradinhos coloridos compostos por substâncias químicas que reagem com determinados elementos da urina. Esta parte é tão simples que pode ser feita no próprio consultório médico. Após 1 minuto, compara-se a cores dos quadradinhos com uma tabela de referência que costuma vir na embalagem das próprias fitas do EAS.
Através destas reações e com o complemento do exame microscópico, podemos detectar a presença e a quantidade dos seguintes dados da urina:

- Densidade
- pH
- Glicose
- Proteínas
- Hemácias (sangue)
- Leucócitos
- Cetonas
- Urobilinogênio e bilirrubina
- Nitrito
- Cristais
- Células epiteliais e cilindros

Os resultados do dipstick são qualitativos e não quantitativos, isto é, a fita identifica a presença dessas substâncias citadas acima, mas a quantificação é apenas aproximada. O resultado é normalmente fornecido em uma graduação de cruzes de 1 a 4. Por exemplo: uma urina com "proteínas 4+" apresenta grande quantidade de proteínas; uma urina com "proteínas 1+" apresenta pequena quantidade de proteínas. Quando a concentração é muito pequena, alguns laboratórios fornecem o resultado como "traços de proteínas".

 · Fatores que podem modificar a urina de rotina: jejum e dieta; atividade física; uso de medicamentos.

Densidade:

A densidade da água pura é igual a 1000. Quanto mais próximo deste valor, mais diluída está a urina. Os valores normais variam de 1005 a 1035. Urinas com densidade próximas de 1005 estão bem diluídas; próximas de 1035 estão muito concentradas, indicando desidratação. 

Urinas com densidade próxima de 1035 costumam ser muito amareladas e normalmente possuem odor forte 
A densidade indica a concentração das substâncias sólidas diluídas na urina, sais minerais na sua maioria. Quanto menos água houver na urina, maior será sua densidade.


De 1015 a 1025 ou até 1001 a 1035.
 - Resultados abaixo devem ser repetidos com ingestão de fluídos controlada.
- Contrastes radiológicos sobem a densidade. 
- Glicosúria e proteinúria sobem a densidade da urina, mas podem ser detectadas pelo exame químico.
O volume, a densidade, o aspecto e a cor devem ser analisados juntos.

Cor:
- normal: depende da hidratação. Variam de amarelo claro a amarelo citrina.
- Anormal: avermelhado: presença de sangue.
- Marrom-escura: presença de hemácias, causada por uma hemorragia glomerular (recente) ou desnaturação da hemoglobina (velhas).
- Vermelha + turva: sangue (hemácias).
- Vermelha + transparente: hemoglobina (plasma vermelho) / mioglobina (plasma normal).
- Verde: presença de derivados do fenol (medicamentos).
- Amarelo escuro ou âmbar: bilirrubina (presença de espuma amarela quando agitada).
Outras cores: medicamentosa.

Aspecto:
- Normal: aparência límpida (transparente).
- Turvação: pode ocorrer  pela presença de cristais, lipídeos, soro, muco, linfa, leveduras, matéria fecal, talco, contraste radiológico, hemácias, leucócitos, cilindros, bactérias, etc.
Ausência de turvação não garante microscopia ou bioquímica normais.



pH:

depende do equilíbrio ácido-básico e da dieta alimentar.
Normalmente a urina é ácida, mas quando neutra ou alcalina não significa patologia.
Bacteriúrias costumam alcalinizar a urina.


A urina é naturalmente ácida, já que o rim é o principal meio de eliminação dos ácidos do organismo. Enquanto o pH do sangue costuma estar em torno de 7,4, o pH da urina varia entre 5,5 e 7,0.

Valores de pH maiores ou igual 7 podem indicar a presença de bactérias que alcalinizam a urina. 
    Outros fatores que podem deixar a urina mais alcalina são uma dieta pobre em proteína animal, dieta rica em frutas cítricas ou derivados de leite, e uso de medicamentos como acetazolamida, citrato de potássio ou bicarbonato de sódio. 
    Ter tido vômitos horas antes do exame também pode ser uma causa de urina mais alcalina. Em casos mais raros, algumas doenças dos túbulos renais também podem deixar a urina com pH acima de 7,0.

Valores menores que 5,5 podem indicar acidose no sangue ou doença nos túbulos renais. Uma dieta com elevada carga de proteína animal também pode causar uma urina mais ácida. Outras situações que aumentam a acidez da urina incluem episódios de diarreia ou uso de diurético como hidroclorotiazida ou clortalidona.

O valor mais comum é um pH por volta de 5,5-6,5, porém, mesmo valores acima ou abaixo dos descritos podem não necessariamente indicar alguma doença. Este resultado deve ser interpretado pelo seu médico.


Glicose:

Toda a glicose que é filtrada nos rins é reabsorvida de volta para o sangue pelo túbulos renais. Deste modo, o normal é não apresentar evidências de glicose na urina.

A presença de glicose na urina é um forte indício de que os níveis sanguíneos estão altos. É muito comum pessoas com diabetes mellitus apresentarem perda de glicose pela urina. Isto ocorre porque a quantidade de açúcar no sangue está tão alta, que parte deste acaba saindo pela urina. Quando os níveis de glicose no sangue estão acima de 180 mg/dl, geralmente há perda na urina 

A presença de glicose na urina sem que o indivíduo tenha diabetes costuma ser um sinal de doença nos túbulos renais. Isso significa que apesar de não haver excesso de glicose na urina, os rins não conseguem impedir sua perda.

Basicamente, a presença de glicose na urina indica excesso de glicose no sangue ou doença dos rins.

urina contem quantidades muito pequenas de glicose, já que o túbulo contornado proximal reabsorve praticamente toda a glicose filtrada. Mas se o paciente tem hiperglicemia que ultrapassa o limiar de reabsorção, haverá glicosúria.
Limiar renal 160 a 180 mg/dl no sangue.

Principal causa de hiperglicemia: diabete melito, portanto também de glicosúria.

Glicosúria renal: paciente com glicemia normal que perdeu ou diminui a capacidade de reabsorção renal.
Outras causas de glicosúria sem hiperglicemia: lesão do SNC, hipertiroidismo.


 Proteínas:

A maioria das proteínas não são filtradas pelo rim, por isso, em situações normais, não devem estar presentes na urina. Na verdade, existe apenas uma pequena quantidade de proteínas na urina, mas são tão poucas que não costumam ser detectadas pelo teste da fita. Portanto, uma urina normal não possui proteínas.

Quantidades pequenas de proteínas na urina podem ser causadas por dezenas de situações, que vão desde situações benignas e triviais, como presença de febre, exercício físico horas antes da coleta de urina, desidratação ou estresse emocional, até causas mais graves, como infecção urinária, lúpus, doenças do glomérulo renal e lesão renal pelo diabetes.

Grandes quantidade de proteínas na urina quase sempre indicam a presença de uma doença, sendo a lesão renal pelo diabetes e as doenças glomerulares as causas mais comuns .

Existem duas  maneiras de se apresentar o resultado das proteínas na urina: em cruzes ou uma estimativa em mg/dL:

Ausência = menos que 10 mg/dL (valor normal)
Traços = entre 10 e 30 mg/dL
1+ = 30 mg/dl
2+ = 40 a 100 mg/dL
3+ = 150 a 350 mg/dL
4+ = Maior que 500 mg/dL

A presença de proteínas na urina se chama proteinúria, pode indicar doença renal e deve ser sempre investigada O exame da urina de 24h é normalmente feito para se quantificar com exatidão a quantidade de proteínas que se está perdendo na urina.


Proteinúria: ocorre em doença renal, muitas vezes incipiente, por isso é a mais importante das provas química da urina tipo I.
 - Aparecem devido a lesões da membrana glomerular, distúrbios que afetam a reabsorção tubular, proteínas produzidas pelos túbulos renais. Exemplo: glomerulonefrites, pielonefrites, doença renal diabética.

Outras causas de proteinúria: excesso de proteínas normais no plasma. IAM, queimaduras, Ca, leucemia. Lise de hemácias, leucócitos, células epiteliais no trato urinário. Exercício físico intenso; frio intenso, febre.

Interferentes: urina extremamente alcalina, devido a alteração no tamponamento da fita. Remoção do tampão por permanecer muito tempo com a fita na urina. Contaminação com amônia e detergentes.

Hemácias

As hemácias não podem entrar no filtrado se o néfron estiver integro, portanto mais de 2 a 3 por campo pode significar patologia.
Assim como nas proteínas, a quantidade de hemácias (glóbulos vermelhos) na urina é desprezível e não consegue ser detectada pelo exame da fita. Mais uma vez, os resultados costumam ser fornecidos em cruzes. O normal é haver ausência de hemácias (hemoglobina).

Como as hemácias são células, elas podem ser vistas com um microscópio. Deste modo, além do teste da fita, também podemos procurar por hemácias diretamente pelo exame microscópico, uma técnica chamada de sedimentoscopia. Através do microscópio consegue-se detectar qualquer presença de sangue, mesmo quantidades mínimas não detectadas pela fita.

Neste caso, os valores normais são descritos de duas maneiras: 
- Menos que 3 a 5 hemácias por campo ou menos que 10.000 células por mL




Leucócitos ou piócitos - Esterase leucocitária

Os leucócitos, também chamados de piócitos, são os glóbulos brancos, nossas células de defesa. A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há alguma inflamação nas vias urinárias. Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras situações, como traumas, uso de substâncias irritantes ou qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso. Podemos simplificar e dizer que leucócitos na urina significa pus na urina.

Como também são células, os leucócitos podem ser contados na sedimentoscopia. Valores normais estão abaixo dos 10.000 células por mL ou 5 células por campo

Alguns dipsticks apresentam um quadradinho para detecção de leucócitos, normalmente o resultado vem descrito como "esterase leucocitária". O normal é estar negativo.

Os leucócitos migram de forma ameboide, para os locais de inflamação e/ou infecção. Portanto piúria significa: inflamação no trato gênito urinário, infecção no trato gênito urinário. 

Também pode surgir devido a lesões da membrana glomerular. Bact (+) e leuc (+): infecção. Bact (-) e leuc (+): inflamação. Bact (+) e leuco (-): contaminação, picos da idade, imunodeprimidos.
Exemplos de piuria: pielonefrites, cistites, prostatites, uretrites, glomerulonefrites, lúpus eritematoso sistêmico, tumores. Normal ate 2 ou 3 por campo.


Cetonas ou corpos cetônicos:

Os corpos cetônicos são produtos da metabolização das gorduras. Os corpos cetônicos são produzidos quando o corpo está com dificuldade em utilizar a glicose como fonte de energia. As causas mais comuns são o diabetes, o jejum prolongado e dietas rigorosas. Outras situações menos comuns incluem febre, doença aguda, hipertiroidismo, gravidez e até aleitamento materno.

Normalmente a produção de cetonas é muito baixa e estas não estão presentes na urina.

Alguns medicamentos como:  captopril, ácido valproico, vitamina C (ácido ascórbico) e levodopa podem causar falso positivos.

Quando o uso de carboidratos, como fonte de energia, se esgota, o organismo utiliza as gorduras. Neste caso, pode-se detectar cetonuria. NORMALMENTE não temos cetonuria mensurável pois é transformada em dióxido de carbono e água.
Razões para o aumento no metabolismo das gorduras (anormal): incapacidade de metabolizar carboidratos = diabetes. Perda de carboidratos por vômitos, diarreia. Dietas prolongadas.

Cetonuria: desequilíbrio hidreletrolítico = desidratação = acidose = coma diabético.
Importante no acompanhamento do diabetes mellitus.

Interferentes: mínimos levodopa.


Bilirrubina urobilinogênio:

Também normalmente ausentes na urina, podem indicar doença hepática (fígado) ou hemólise (destruição anormal das hemácias). A bilirrubina só costuma aparecer na urina quando os seus níveis sanguíneos ultrapassam 1,5 mg/dL. O urobilinogênio pode estar presente em pequenas quantidades sem que isso tenha relevância clínica.


Causas de hiperbilirrubinemia: anemias Hemolíticas = icterícia hemolítica. Pancreatites, cálculos, cálcio = icterícia obstrutiva. Hepatites virais, tóxicos = icterícia hepáticas. Interferentes: diminuição: exposição a luz = biliverdina não detectável. AC. Ascórbico e nitrito reduzem a sensibilidade. Valores normais na urina: bilirrubina = ausente. Urobilinogenio = 1 a 4 mg/ 24 horas.

Nitrito:

Algumas bactérias, dentre elas o proteus, transformam nitrato em nitrito, portanto nitrito (+) pode significar bacteriúria.

A urina é rica em nitratos. A presença de bactérias na urina transforma esses nitratos em nitritos. Portanto, fita com nitrito positivo é um sinal indireto da presença de bactérias. Nem todas as bactérias têm a capacidade de metabolizar o nitrato, por isso, exame de urina com nitrito negativo de forma alguma descarta infecção urinária.

Na verdade, o EAS apenas sugere infecção. A presença de hemácias, associado a leucócitos e nitritos positivos, fala muito a favor de infecção urinária, porém, o exame de certeza é a urocultura

A pesquisa do nitrito é feita através da reação de Griess, que é o nome dado a reação do nitrito com um meio ácido. Por isso, alguns laboratórios fornecem o resultado como Griess positivo ou Griess negativo, que é igual a nitrito positivo ou nitrito negativo, respectivamente.

Utilidade da determinação do nitrito: cistites: diagnostico presumível de pielonefrites, avaliação do antibioticoterapia, controle de pacientes de risco a infecções. O teste possui confiabilidade questionável devido a inúmeros interferentes e condições que o falseiam par (+) e para (-), serve apenas como um dado a mais.
-  Falsos (+): urinas não recentes. Falsos (-): falta de nitrato na urina, AC ascórbico, grande quantidade de bactérias devido a transformação de nitrito em nitrogênio, antibioticoterapia.

Cristais

Esse é talvez o resultado mais mal interpretado, tanto por pacientes como por alguns médicos. A presença de cristais na urina, principalmente de oxalato de cálcio, não tem nenhuma importância clínica. Ao contrário do que se possa imaginar, a presença de cristais não indica uma maior propensão à formação de cálculos renais.

Os únicos cristais com relevância clínica são:
- Cristais de cistina
- Cristais de magnésio-amônio-fosfato (estruvita)
- Cristais de tirosina
- Cristais de bilirrubina
- Cristais de colesterol

A presença de cristais de ácido úrico, se em grande quantidade, também deve ser valorizada.

São formados por precipitações dos sais da urina por alterações na concentração, na temperatura e no ph da urina.

A refrigeração da urina precipita a formação de cristais. São divididos em 2 grupos: a) cristais de urina acida e neutra. B) cristais de urina alcalina.

Cristais de urina acida: AC úrico = comum, refrigeração, gota. Urato amorfo. Urato de sódio. Oxalato de cálcio (vit C). cistina = cistinuria. Leucina (doença hepática cirrose). Tirosina. Colesterol.

Cristais de urina alcalina: fosfato triplo. Fosfato amorfo. Carbonato de cálcio. Biurato de amônio. Bilirrubina.


Células epiteliais e cilindros

A presença de células epiteliais é normal. 



São as próprias células do trato urinário que descamam. São as células de descamação de todo o trato gênito urinário, podendo ser encontradas na urina ate 3 a 4 por campo, significando descamação natural do trato. O aumento exagerado significa processo inflamatório. Pode-se distinguir a origem da célula, mas não é recomendável sem corantes supra-vitais.

Elas só têm valor quando se agrupam em forma de cilindro, recebendo o nome de cilindros epiteliais.

Como os túbulos renais são cilíndricos, toda vez que temos alguma substância (proteínas, células, sangue...) em grande quantidade na urina, elas se agrupam em forma de um cilindro.
 São formados pela proteína de Tamm-horsfall na luz dos túbulos renais, sua forma é a do túbulo que serviu de molde.


   A presença de cilindros indica que esta substância veio dos túbulos renais e não de outros pontos do trato urinário como a bexiga, ureter, próstata, etc.

São de formação exclusivamente renal, portanto significa patologia renal, o seu encontro no sedimento urinário. Podem conter elementos em seu interior significando que estes elementos estavam presentes nos túbulos por ocasião da formação do cilindro. Túbulos contornado proximal, distal, coletor e ALCA de henle.  

    Isto é muito relevante, por exemplo, nos casos de sangramento, onde um cilindro hemático indica o glomérulo como origem, e não a bexiga, por exemplo.

Os cilindros que podem indicar algum problema são:

- Cilindros hemáticos (sangue) = Indica glomerulonefrite
- Cilindros leucocitários = Indicam inflamação dos rins
- Cilindros epiteliais = indicam lesão dos túbulos
- Cilindros gordurosos = indicam proteinúria

Cilindros hialinos não indicam doença, mas pode ser um sinal de desidratação.


Tipos de cilindro:

Cilindro hialino: ate 1 a cada 2 campos, pode ser normal, formado por “gel de proteína”. Grande quantidade aparece na glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica, ICC.

Cilindro hemático: contem hemácias em seu interior, significa sangramento no interior do néfron que ocorre em G.N e lesão de túbulos ou capilares renais. Cilindros leucocitários: contem leucócitos em seu interior, significa infecção e/ou inflamação no interior do néfron. Ex: GN e pielo.

Cilindros epiteliais: contem células epiteliais renais.

Cilindros granulosos finos e grosseiros: contem grânulos, provenientes de restos leucocitários, bactérias, etc.

Cilindros céreosestagio avançado do cilindro hialino, devido a grande liberação de proteína, inclusive em placas. Refringentes e rígidos.

Cilindros adiposos: contem corpos adiposos ovais, provenientes da decomposição dos cilindros celulares de células que contem corpos adiposos, devido a absorção de lipídeos pelos túbulos. Muito refringentes com gotículas de gordura.

Cilindro largos: formados nos tubos coletores, são mais largos, significa uma diminuição do fluxo urinário. Mau prognostico “cilindro da insuficiência renal”.

Em relação ao EAS (urina tipo I) é importante salientar que esta é uma análise que deve ser sempre interpretada. Os falsos positivos e negativos são muito comuns e não dá para se fechar qualquer diagnóstico apenas comparando os resultados com os valores de referência.


Ácido ascórbico na urina

É comum os laboratórios chamarem a atenção quando há ácido ascórbico (vitamina C) na urina. Este dado é importante porque o ácido ascórbico pode alterar os resultados do dipstick, principalmente na detecção de hemoglobina, glicose, nitritos e cetonas. É importante o médico saber que resultados inesperados podem ser falsos positivos ou falsos negativos causados pela vitamina C.




Exame microscópico:

Identifica e quantifica materiais insolúveis na urina (elementos figurados). O sangue, os rins, o tato gênito urinário e a contaminação externa compõe o sedimento (hemácia, leucócitos, células epiteliais, cilindros, bactérias, muco, leveduras, cristais, espermatozoides e artefatos).

Método:

Centrifugar 10 ml de urina em tubo cônico graduado, a 3000 rpm por 7 minutos. Desprezar o sobrenadante (9 ml), ressuspender o sedimento. Pipetar cerca de 20 μl na câmara de Neubauer ou K.cell.


HEMATÚRIA URINA COM SANGUE

A presença de sangue na urina chama-se hematúria e pode ocorrer por diversas doenças, como infecções, pedras nos rins e doenças renais graves  Um resultado falso positivo pode acontecer nas mulheres que colhem urina enquanto estão no período menstrual.

Uma vez detectada a hematúria, o próximo passo é avaliar a forma das hemácias em um exame chamado "pesquisa de dismorfismo eritrocitário". As hemácias dismórficas são hemácias com morfologia alterada, comum em algumas doenças como a glomerulonefrite. É possível haver pequenas quantidades de hemácias dismórficas na urina sem que isso tenha relevância clínica. Apenas valores acima de 40 a 50% costumam ser considerados relevantes.

Não é todo laboratório que possui gente capacitada para executar esse exame. Por isso, muitas vezes ele não é feito automaticamente. É preciso o médico solicitar especificamente essa avaliação.

Exemplos de hematúria: glomerulonefrites, infecções agudas, doenças malignas, cálculos renais, reações tóxicas e imunológicas, tuberculose renal.

Tipos de hemácias: integras, crenadas, fantasmas, disfórmicas.

Bactérias
A urina não deve conter bactérias, sua presença em urina recém emitidas e colhidas com assepsia, significa infecção. É importante sua relação com os leucócitos e outros elementos da urina tipo I.

Leveduras

Normalmente é a cândida albicans, comum em diabéticos e monilíase vaginal (por contaminação).

Parasitas

Aparecem por contaminação fecal (oxiúrus) ou vaginal (trichomonas).



Muco

Material proteico proveniente de glândulas e células do trato, aparecem em “filamentos de muco”. Sem grande importância clinica, em excesso, pode significar processo irritativo.

A presença de muco na urina é inespecífica e normalmente ocorre pelo acúmulo de células epiteliais com cristais e leucócitos. Tem pouquíssima utilidade clínica. É mais uma observação.

EAS (urina tipo I) normal 

Apenas como exemplo, o que segue abaixo é um modelo de como os laboratórios apresentam os resultados do exame sumário de urina. Este exame está normal.

COR ---- amarelo citrino
ASPECTO ---- limpido
DENSIDADE ---- 1.015 (normal varia entre 1005 e 1030)
PH ---- 5,0 (normal varia entre 5,5 a 7.5)

EXAME QUÍMICO

Glicose ---- ausente
Proteínas ---- ausente
Cetona ---- ausente
Bilirrubina ---- ausente
Urobilinogênio ---- ausente
Leucócitos ---- ausente
Hemoglobina ---- ausente
Nitrito ---- negativo

MICROSCOPIA DO SEDIMENTO (sedimentoscopia)

Células epiteliais ---- algumas
Leucócitos ---- 5 por campo
Hemácias ---- 3 por campo
Muco ---- ausente
Bactérias  ---- ausentes
Cristais ---- ausentes
Cilindros ---- ausentes



fonte:www.mdsaude.com
http://bioinfo-aula.blogspot.com/
http://reccomecar.blogspot.com.br/2012/06/exame-de-urina.html



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