Abaixo sobre xenobioticos.
A liberdade de pensar e de escolher nossos alimentos é uma das poucas coisas que ainda não nos foram tiradas.
Mas, apesar de sermos livres para decidir o que ingerir, escolhemos comer, cada vez mais, 'coisas' sintéticas.
Dormimos à base de medicamentos.
Ora tratamos o corpo como máquina feita para "malhar", ora, extremo oposto, nos esquecemos por completo de movimentá-lo.
Nosso livre arbítrio nos permite pensamentos múltiplos e suas respectivas escolhas, mas encontramo-nos confusos e realizando escolhas autodestrutivas.
A medicina, cada vez mais desumana e aliada a interesses comerciais, encontra-se bem distante de nossas reais necessidades. Informações contraditórias e manipuladas, só contribuem para perdermos o rumo da simplicidade, bem como o senso crítico.
Que tal menos teoria e um pouco mais de sensatez?
XENOBIÓTICOS
A
palavra vem do idioma grego: xeno quer dizer estranho e biótico está relacionado à vida.
Assim,
xenobióticos são compostos estranhos a um organismo ou a um sistema
biológico.
É a
denominação dada ao conjunto de produtos estranhos à composição normal da água
ou de algum alimento, como antibióticos, aditivos sintéticos utilizados em
embalagens, praguicidas, hormônios promotores de crescimento de animais, metais
pesados, como chumbo, cádmio e mercúrio entre outros.
Segundo
o comitê de especialistas da FAO/OMS, a ingestão de alimentos contaminados por
anabolizantes pode levar ao aparecimento de puberdade precoce, câncer de fígado
e pâncreas.
O corpo têm mecanismos de eliminar parte
deles, atenuando os danos que a retenção de xenobióticos pode causar, como
lesões celulares decorrentes da produção de radicais livres.
As
crianças e os idosos têm essa capacidade de eliminação menos eficiente, sendo
mais vulneráveis à ação dos xenobióticos.
Conheça
alguns dos xenobióticos:
1) Praguicidas (pesticidas, herbicidas,
fungicidas, agrotóxicos) – O Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores
consumidores de praguicidas na América Latina, com 50 % do consumo. O ambiente
é contaminado pela dispersão desses produtos para o solo, água e atmosfera. A
população é afetada pelo consumo de água, verduras, legumes, frutas, ovos,
carnes, leite e derivados contaminados. Segundo a OMS, os praguicidas são
responsáveis por 700.000 casos de dermatose, 37.000 de câncer e 25.000 de
sequelas neurológicas a cada ano.
2) Metais pesados
-
Cádmio: É encontrado em praguicidas, fumaça do cigarro e em alguns aditivos
alimentares.
-
Mercúrio: Pode contaminar peixes e mariscos por meio da contaminação ambiental.
-
Alumínio: Os resíduos de alumínio podem resultar da utilização de panelas de
alumínio, latas, medicamentos como antiácidos, edulcorantes e no sulfato de
alumínio utilizado para o tratamento da água. A intoxicação está associada com
distúrbios de aprendizado, hiperatividade e ao desenvolvimento da doença de
Alzheimer.
-
Chumbo: Fontes de contaminação- pode vir de alimentos enlatados (soldas de
latas são chumbadas, latas amassadas), panelas e utensílios de cerâmica.
A
intoxicação crônica por metais pesados tem efeito principalmente no Sistema
Nervoso Central e no fígado.
3) Plásticos (polímeros derivados do
petróleo) – Os aditivos de plásticos são encontrados nas embalagens e em rolos
de PVC utilizados para cobrir alimentos. As moléculas desses produtos migram
das embalagens e têm maior afinidade por alimentos gordurosos.
Aquecido ou congelado, o plástico libera substâncias tóxicas,
especialmente o bisfenol A, um produto químico usado na fabricação de
plásticos e o revestimento interno de latas. É usado na fabricação de
mamadeiras e garrafas porque permite que o plástico fique resistente e
translúcido. Esses aditivos estão associados a doenças cardíacas, diabetes,
infertilidade, obesidade, puberdade precoce e câncer. O prejuízo é grande para
gestantes e crianças pequenas, tendo em vista que atravessam a placenta,
podendo provocar alterações permanentes no cérebro do feto.
4) Aditivos alimentares
-
Nitritos: São utilizados como conservantes nas carnes e têm a finalidade de
intensificar a cor vermelha ou a ação bacteriostática, sendo danosos à saúde.
-
Tartrazina: Corante relacionado às reações alérgicas, é utilizada no
Brasil em vários alimentos e medicamentos, proibida nos EUA há mais de 20 anos.
-
Benzidina e o laranja B: Corantes relacionados ao desenvolvimento de câncer de
bexiga.
-
Edulcorantes artificiais (aspartame, ciclamato, sacarina): Presentes na grande
maioria de produtos light e diet, como sucos, refrigerantes, balas, iogurtes e
bolachas.
Os
corantes e conservantes artificiais estão presentes na maioria dos produtos
industrializados.
5) Álcool (bebidas alcoólicas)
A
ingestão excessiva promove sobrecarga hepática podendo causar cirrose e até
mesmo alguns tipos de câncer.
6) Presença de microorganismos nos alimentos e
água A contaminação microbiana de alimentos pode ocorrer ao longo da cadeia
de produção, processamento e estocagem.
Para
reduzir a ingestão de xenobióticos, seguem algumas orientações:
-
Evitar consumir produtos de procedência duvidosa quanto ao uso de praguicidas.
-
Evitar consumir em excesso produtos industrializados contendo aditivos,
corantes, conservantes e edulcorantes artificiais. Priorizar o consumo de
alimentos naturais, livres de conservantes, considerar a utilização de
produtos orgânicos quando possível.
-
Evitar consumir água de origem duvidosa.
-
Desconfiar de legumes muito grandes, pois podem ser resultado de adubação e
estimulantes artificiais.
-
Preferir a compra de frutas e hortaliças da época.
-
Procurar sempre descascar as frutas, alguns resíduos de agrotóxicos repousam
nas cascas.
-
Evitar o consumo de fígado e vísceras ao máximo! Ao ingerir carne, retire toda
a gordura e a pele. Nessas partes dos animais geralmente há maior concentração
de resíduos químicos.
-
Evitar comprar alimentos embalados em plásticos.
- Caso
necessário, retirar imediatamente os alimentos de suas embalagens plásticas,
acondicionando-os em outro local (vidro, papel), especialmente alimentos
gordurosos.
-
Evitar o contato do filme plástico com o alimento.
-
Evitar ingerir bebidas quentes ou sopas em copos ou recipientes plásticos.
- Não
aqueça alimentos em conteúdos plásticos ou metálicos.
- Não
coloque alimentos aquecidos em embalagens de plástico ou de metal.
-
Reduzir a compra e o armazenamento de alimentos salgados, ácidos ou com alto conteúdo
de frutas em embalagens de alumínio. Procure transferi-los rapidamente para
outras embalagens de vidro ou porcelana.
- Não
deixar as garrafas PET com água em ambientes com temperatura elevadas, por ex:
dentro do carro embaixo do sol.
A ideia
não é radicalizar, e sim orientar para a identificação, diminuindo a exposição
tóxica dos nossos corpos, objetivando prevenir algumas doenças, maximizar a
saúde e a qualidade de vida.
Fonte consultada:
Manual de Orientação –
Departamento de Nutrologia – Sociedade Brasileira de Pediatria. 3ª Edição. 2012.
Clinical Nutrition: a funcional approach, IFM, 2004.
BAILLIE-HAMILTON., P.F. Chemical toxins: a hypothesis
to explain the global obesity epidemic J Altern Complement Med; 8 185-192, 2002
http://veja.abril.com.br/blog/viver-bem/nutricao/voce-sabe-o-que-sao-xenobioticos/
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